domingo, 10 de abril de 2011

O poema se solta das linhas do tempo. O poeta vaga pelo abismo dos meus pés. A voz ecoa na vastidão do momento. A eternidade existe na fração do segundo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mariana

Saímos de Ouro Preto com a esperança de que a chuva parasse a qualquer momento. Como se a chuva tivesse alguma coisa a ver com o fato de estarmos em Ouro Preto.
Mariana é uma cidadezinha charmosa, cheia de praças e monumentos. O grande momento por lá foi a nossa ida a uma igreja que não foi concluída e que permite a subida no campanário e em todos os outros acessos dentro dela. Nós, como crianças felizes que somos, adoramos ter a chance de explorar o interior de uma igreja antiga. A vista da torre do sino é maravilhosa.
Fomos também a uma igreja construída para os escravos. No chão dela, uma coisa curiosa: retângulos numerados. Perguntei a uma senhora o porquê disso e ela me disse que eram os túmulos dos escravos que faziam parte da congregação e explicou que hoje não há mais nenhum ali. Achei interessante e um tanto mórbido essa história dos túmulos.
A chuva continuou, mas não nos abalamos. Na nossa última noite por lá, achamos um bar muito legal onde estava passando o filme Grande Hotel, com a Greta Garbo.
Depois começou nossa romaria. Voltamos a Ouro Preto pra comprar passagens pra São Paulo (e descobrimos que podíamos ter comprado em Mariana mesmo). Passamos o dia lá esperando a saída pra Sampa e passeamos bastante. Chegamos em SP na manhã seguinte e em seguida pegamos ônibus pra Curitiba, que eu nunca tinha visitado. Fomos na Ópera de Arame e voltamos pra pegar o ônibus pra Osório.
Afinal, na sexta bem cedo, já estávamos a caminho de Santo Antônio da Patrulha. Cheios de lembranças maravilhosas e com uma pontinha de saudade de casa.
Agora é só começar a planejar a próxima viagem.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Chuva em Ouro Preto

Seguindo viagem, fomos para Congonhas e conhecemos a Igreja com os profetas do Aleijadinho. Uma chuvinha chata, fininha. Vimos as esculturas todas e seguimos adiante. Pegamos ônibus pra Ouro Branco (não sabia que existia) e ficamos lá duas horas esperando o ônibus pra Ouro Preto. Na Branco, nada a visitar.
Chegamos em Ouro Preto à noite, debaixo de chuva. O caminho pra lá é a coisa mais linda que vimos em Minas. Uma serra belíssima, verde vivo, subindo sempre. Parecia o que eu imagino que seja a Europa, as nuvens bem pertinho.
Ficamos num Hostel (misto de hotel, pousada e casa) bem perto de tudo. Haja lombas pra subir. E haja chuva!
Fomos num bar muito bacana e encontramos um casal gaúcho lá. Começou quando fomos pedir uma música e o cara achou que a gente era argentino. Fomos dizer que éramos gaúchos e aí já viu, gaúcho com gaúcho dá nisso. Ficamos conversando, o menino é dono de um bar de blues em Caxias do Sul. Pegamos e-mail, ficamos de manter contato. No dia seguinte, lá estavam eles em uma esquina e foi aquele encontro de novo. Fomos juntos até uma mina que era de um escravo. Ele conseguiu enriquecer e deu muita dor de cabeça pras autoridades da época.
Fomos no Museu da Inconfidência, na Casa dos Contos (um dos úniocos lugares que não precisa pagar pra entrar). Enfim, um sonho.
Mais tarde falo sobre o ponto final de nossa viagem à Minas: Mariana, a primeira Capital.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Um jeito mineiro de ser

Estamos em Minas desde terça e é nosso segundo dia em Tiradentes. O que nos impressiona - além da arquitetura e da beleza simples das cidades - é a simpatia do povo daqui. Numa das nossas últimas caminhadas por São João, seguindo pela Rua das Casas Tortas, tivemos uma surpresa maravilhosa: um senhor que estava sentado na calçada nos cumprimentou quando passamos e nós, é claro, retribuimos o cumprimento. Na nossa volta, ele pediu pra que a gente esperasse um pouco porque tinha simpatizado conosco e ía nos dar um presente. Isso mesmo, um presente assim do nada. Ele foi dentro da casa e voltou com um desenho muito bonito da rua onde estávamos que um amigo dele fez. Atrás do desenho, a assinatura dele e a data. Saímos dali encantados e - por que não dizer? - até um pouco emocionados.
Pois é, as pessoas aqui do interior são assim mesmo. Transbordam simpatia e boa vontade.
Assim que chegamos em Tiradentes nos assustamos um pouco com o preço das coisas. Tudo, de pousada à comida, é bastante caro. Com alguma pesquisa nos acomodamos e comemos bem por um preço razoável. Fora do Centro Histórico as coisas melhoram.
Ontem, quando caminhávamos perto da Matriz da cidade, encontramos um grupo com roupas coloridas e máscaras assustadoras, junto com um grupo de músicos: era o pessoal da Folia de Reis passando.
Nessa mesma rua ouvi um homem falando que tinha visto o ator Matheus Nachtergaele tomando cerveja sentado em algum lugar por ali. Seguimos o cara e logo vimos o Matheus entrando apressado em uma casa. Mas fecharam a porta e não vimos mais nem um fio de cabelo dele, uma pena.
Depois do episódio começamos a caminhada rumo a cachoeira da cidade. Caminhamos muito e chegamos a passar pelo limite das cidades de Tiradentes e Santa Cruz de Minas, mas fomos recompensados. A Cachoeira do Bom Despacho tem um nome horrível mas é belíssima. Tem três quedas e lugares pra escalar - até me arrisquei na subida com o Malta. Umas das partes mais altas tem um tipo de piscina natural formada por uma das quedas.
Na volta, sem muito ânimo pra enfrentar a distância até o centro, começamos a pedir carona. Tivemos sorte e conseguimos logo de cara. O bom samaritano que nos deu carona é um americano que mora aqui há 8 anos e conhece bem as trilhas e os locais de preservação da cidade. Nos explicou que havia um mangue onde podíamos ter ido e que era bem mais próximo de Tiradentes.
Enfim, decidimos passar a virada de ano por aqui mesmo e depois seguir para Congonhas. Esperamos que a viagem sobreviva aos gastos em Tiradentes.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Em Minas Gerais - PARTE 4

Finalmente saímos da selva de pedra chamada São Paulo e estamos vivendo a paz e a beleza de Minas Gerais. Não conseguimos ônibus para São João Del Rei na segunda de manhã, então compramos a passagem da noite. Chegamos assim que amanheceu o dia e já nos familiarizamos com o Centro Histórico.
Caminhar pela cidade é uma delícia. Andamos muito pelas ruazinhas meio desencontradas que sempre vão dar em alguma igreja grande e antiga.
E falando em igrejas, nunca vi um número tão grande em um espaço tão pequeno. Um pequena vista panorâmica da cidade já as revela - três, quatro, cinco delas - e todas belíssimas.
Ficamos em um hotel que data de 1898, bem em frente a Estação Ferroviária. Entre o hotel e a estação tem uma praça com um chafariz aberto que molha a gente quando sopra o vento. Uma surpresa super divertida e muito bem-vinda nesse calor.
Come-se muito bem aqui, e uma comida deliciosamente barata. Os lugares são aconhegantes e cheios de cor. Dois dias e já nos sentimos na casa de parentes não muito distantes.
É até engraçado pensar que São João é uma cidade relativamente grande (tem mais de cem mil habitantes), mas com uma cara de cidade pequena que chega a enganar. As pessoas se conhecem e se cumprimentam, sentam nas praças pra conversar. As lojas fecham às cinco da tarde e depois das onze quase não existe barulho por aqui.
Amanhã seguimos de trem para Tiradentes. Um presente pro Malta, que está de aniversário hoje.
Ainda vamos completar o chamado "Ciclo do Ouro" e conhecer Congonhas, Ouro Preto e Mariana. Não vejo a hora de seguir viagem.

domingo, 26 de dezembro de 2010

... PARTE 3

Sem muitas novidades desde a última postagem. Estivemos na Liberdade, mas aquilo é um comércio só. Pra pessoas não consumistas, o legal é ficar vendo o estilinho meio oriental das praças e construções.
Depois dessa passada rápida, seguimos pra Shopping onde minha irmã trabalha. De lá fomos pra casa dela, no Jardim Ângela. Foi uma ótima oportunidade de sair um pouco do Centro e conhecer a periferia da cidade. Diferenças gritantes de um lugar pro outro.
No mais, foi maravilhoso ver minha irmã de novo, ainda mais porque ela está grávida. Isso é incrível.
O próximo passo é ir pra Minas Gerais, provavelmente amanhã pela manhã. São 8 horas de viagem, maior tempão. Mas não tenho dúvida de que vai valer a pena.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

TÍTULO PROVISÓRIO - PARTE 2

Onde parei? Ah sim, na parte do bar de MPB.
Nós fomos lá na quarta à noite, e foi uma chatice. Barulho, gente metida conversando alto. Ficamos dez minutos e decidimos ir pra Rua Augusta, mas nos empolgamos com a caminhada e acabamos parando na Paulista, que estava lindamente iluminada pro Natal. Muitas famílias levando os filhos pra ver as luzinhas coloridas, a coisa mais linda. Mas o fim da noite foi num bar que estamos frequentando muito, na São João mesmo.
Já estava me esquecendo que estivemos na Pinacoteca! Coisas boas e nem tão boas por lá. O segundo andar está em reforma, então aquelas pinturas da Malfatti e do Portinari que queria que o Malta visse, ele não viu. Mas tinha uma exposição de fotos super interessantes, uma sobre países africanos e outra sobre uma artista mexicana. Saímos bem felizes e cansados de lá. Nos perdemos um pouco na saída e quase pegamos o trem pra não sei onde. Depois de umas voltas encontramos o metrô. Ufa!
Ontem de manhã fomos numa feira com chimarrão na mão. É engraçado perceber como isso chama a atenção das pessoas e vira pretexto pra uma conversa de uma forma muito legal. Primeiro batemos papo com a dona de uma banquinha de vestidos que disse que queria muito comer a erva do chimarrão, e nós relizamos o sonho dela. O pior é que ela gostou mesmo de comer aquilo. Depois paramos numa banca de um cara muito gente boa, que trabalha com teatro e escreve poesia. Poxa, o cara é amigo do Mário Pirata e publica na Agenda da Tribo. Depois dedicamos o dia pra nossa amiga Bru, que está com a perna engessada. Dia super agradável.

A volta foi um momento histórico pra nós: pela primeira vez, vimos o metrô absolutamente vazio (na Barra Funda). Queríamos ter tirado uma foto.
Enfim, a próxima fase é na casa da minha irmã, mas antes vamos dar um pulo na Liberdade.
Mais tarde conto como foi.